Os melhores livros que li em 2018

31/12/2018

O ano passou e é hora de retrospectar sobre o que eu andei lendo em 2018. Esses são os livros que mais marcaram meus últimos 12 meses.

Aceito recomendações para o que ler em 2019 😊 Twitta pra mim!

Surely You’re Joking, Mr. Feynman!

Essa autobiografia do físico Richard Feynman é contada do jeito dele — um formato não convencional, composto por uma coleção de pequenas histórias do seu dia-a-dia. As histórias são paralelas às conquistas de Feynman, e pintam o quadro de porquê ele foi tão importante e influente na física.

Casos como sua obsessão por arrombar cofres, aprender a tocar bongô, vir para o Brasil e entrar numa escola de samba carioca para tocar frigideira, são apenas alguns que tornam o personagem de Feynman intrigante e inspirador. A narrativa não foca nos seus marcos científicos e profissionais, como o projeto Manhattan e o fato de ter ganhado um prêmio Nobel, mas sim na sua filosofia contrariana e sua visão de mundo, que foi justamente o que pavimentou sua jornada que o mundo conhece.

Saber que ele se envolvia em confusões, que se jogava em situações por pura curiosidade, e que tudo que fazia era pela busca de mais conhecimento variado inspira um positivismo em relação à vida que nenhum outro comunicador de ciência consegue inspirar.

Masters of Doom

O livro conta a história de como John Romero, John Carmack, Adrian Carmack e Tom Hall montaram a id Software e vieram a criar alguns dos jogos mais marcantes da década de 90 como Wolfenstein 3D, Doom e Quake. Tendo sido um moleque dos anos 90, esses jogos marcaram a minha infância, então finalmente ler sobre como eles foram construídos e imaginar o contexto da época comparado com o atual é realmente incrível.

Talvez eu tenha gostado tanto desse livro justamente por esse valor nostálgico, mas não há como negar que é uma história fascinante sobre como um pequeno grupo de pessoas conseguiu revolucionar a indústria de games e criou um novo gênero de jogos. O que eu imaginava que era uma mega-empresa que produzia esses jogos, na verdade eram alguns nerds viciados em pizza e que jogavam D&D entre as sessões de programação, e estavam descobrindo e inventando novas formas de se divertir no meio do caminho.

Interessante também é ver como a química entre dois personagens aparentemente opostos – Romero, o game-designer-rockstar e Carmack, o gênio-robô-psicopata – catalisa resultados incríveis, no estilo Jobs/Wozniak, Lasseter/Catmull etc.

Chaos: Making a New Science

“Uma borboleta bate as asas no Brasil e provoca um tufão na Indonésia.”

Esse é um ditado que simboliza a teoria do caos, que diz que pequenas mudanças em condições iniciais podem produzir resultados catastróficos em sistemas complexos. Esse foi o primeiro livro do autor James Gleick, bestseller em 1988, e foi o que popularizou o efeito borboleta.

A leitura não é leve, mas é uma excelente introdução a esse braço da matemática tão intrigante. Gleick introduz os principais cientistas responsáveis por experimentos de caos de forma cronológica, e costura muito bem a relação entre modelos de previsão do tempo até a geometria fractal presente no espaço, na natureza e no corpo humano. Após ter lido, eu fiquei um pouco obcecado com o assunto, e passei meses pesquisando mais textos e vídeos sobre o que o livro me apresentou.

A Curious Mind

Brian Grazer é um dos produtores mais bem-sucedidos de Hollywood, conhecido por sua longa pareceria com o diretor Ron Howard e por trás de filmes como Uma Mente Brilhante, Apolo 13, 8 Mile, séries como Arrested Development e 24 Horas, entre muitos outros.

No livro, ele atribui sua ascensão e sucesso no meio traiçoeiro de Hollywood à sua insaciável curiosidade e perseverança. Desde o início da sua carreira, Grazer não tinha medo de fazer muitas perguntas a qualquer pessoa. Apesar de curiosidade ter uma má reputação na sociedade — “a curiosidade matou o gato”, Adão e Eva expulsos do paraíso por terem a curiosidade de experimentar o fruto proibido, etc — ele a cita como sendo a fonte de muitos atributos, como coragem, ambição e determinação.

Grazer criou um hábito de conversar com uma pessoa diferente por dia, o que se tornou o que ele chama de “curiosity conversations”, que ele já teve com centenas de personalidades, inicialmente da indústria cinematográfica, mas eventualmente se abriu para outros ramos.

Esse hábito foi o que expandiu sua visão de mundo para que ele pudesse desenvolver seu estilo de storytelling que, desde a década de 80, é representado no cinema e na TV. O livro inspira o poder que a curiosidade tem, como uma ferramenta simples para revelar histórias, fazer conexões, aproximar pessoas e enriquecer nossa cultura.

Conteúdo:

← Adeus Wordpress. Olá Jekyll! O smartphone é o novo Tamagotchi →